Correio Braziliense, n. 22706, 21/05/2025. Economia, p. 8
Brasil e China discutem flexibilização
Rafaela Gonçalves
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) pediu que a Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) reduza a restrição às exportações de carne de frango do Brasil por conta do foco de gripe aviária. Em um documento encaminhado ao órgão, responsável pela fiscalização e regulação do comércio internacional do país, o governo brasileiro apresentou as medidas para contenção e controle do vírus.
O da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou que está negociando medidas para a flexibilização. O pedido é para que a China reduza as restrições sobre produtos avícolas brasileiros para um raio de 10 km do foco onde foi detectado o caso de gripe aviária, um matrizeiro de aves em Montenegro (RS).
“Não deu tempo de ficar pronto o protocolo de regionalização com a China, que também já estamos em tratativas à regionalização”, disse Fávaro a parlamentares em reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
Segundo ele, o Brasil pode retomar o status de livre de gripe aviária se não houver novos casos da doença em 28 dias. Esse é o prazo para o encerramento do foco da doença.
Em consequência do surto, 17 países suspenderam temporariamente as exportações de carne de frango oriundas do Brasil, maior exportador mundial do produto. A China é a principal compradora do frango brasileiro, respondendo sozinha por 10,5% das importações em 2024, quando recebeu 562 mil toneladas. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa o setor, o país não deve aceitar as cargas que já estavam em navios, a caminho do destino.
O primeiro foco confirmado em uma granja comercial brasileira ocorreu na semana passada, em Montenegro, na região metropolitana de Porto Alegre (RS). O Mapa passou a investigar, ontem, um novo caso suspeito em uma criação de subsistência no município de Eldorado dos Carajás, no Pará. Diversas suspeitas já foram descartadas nos últimos dias. Dos casos ainda em investigação, duas suspeitas envolvem granjas comerciais, uma em Aguiarnópolis (TO) e outra em Ipumirim (SC), e outras duas são de criações de subsistência: uma em Salitre (CE) e outra em Estância Velha (RS).