O GLOBO, n 32.348, 01/03/2022. Economia, p. 14
Japão: Toyota para produção após ataque cibernético
Governo vai investigar se Rússia está envolvida. Empresa interrompe atividades em 14 fábricas
A Toyota Motor anunciou que suspenderá as operações de suas fábricas no Japão hoje depois que um fornecedor de peças plásticas e componentes eletrônicos foi atingido por um suposto ataque cibernético.
Ainda não havia informações sobre quem seria o autor do possível ataque. O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse que seu governo investigará o incidente e se a Rússia está envolvida.
— É difícil dizer se isso tem algo a ver com a Rússia antes de fazer uma verificação completa —disse.
O ataque ocorre logo depois que o Japão se juntou aos aliados ocidentais para reprimir a Rússia após a invasão à Ucrânia. O fornecedor que teria sofrido o ataque é a Kojima Industries, fabricante de peças de plástico e componentes eletrônicos. Um porta-voz da Toyota descreveu o ocorrido como uma “falha no sistema do fornecedor”.
A empresa ainda não sabe se a paralisação em suas 14 fábricas no Japão, que respondem por cerca de um terço de sua produção global, durará mais de um dia, acrescentou o porta-voz. O fechamento de todas as fábricas japonesas deve afetar a produção de cerca de 10 mil veículos, o que representa cerca de 5% da operação mensal da Toyota no país.
Algumas fábricas operadas pelas afiliadas da Toyota, Hino Motors e Daihatsu, estão incluídas na paralisação.
Kishida anunciou domingo que o Japão se juntaria aos EUA e a outros países para impedir que alguns bancos russos acessem o sistema de pagamento internacional Swift.
Ele também disse que o Japão daria à Ucrânia US$ 100 milhões em ajuda de emergência e que serão tomadas medidas para permitir que os ucranianos que estiverem no país possam permanecer. O Japão também vai restringir transações do banco central da Rússia e aplicará sanções ao presidente de Bielorrússia, Alexander Lukashenko.
A paralisação da produção da Toyota ocorre quando a maior montadora do mundo já enfrenta interrupções na cadeia de suprimentos em todo o mundo causadas pela pandemia, que forçou a empresa e outras montadoras a reduzir a produção.(Com g1)