O GLOBO, n 32.349, 02/03/2022. Economia, p. 9
Gigantes de transporte marítimo suspendem serviços na Rússia
As duas maiores empresas de transporte marítimo no mundo anunciaram a suspensão de serviços na Rússia ontem. A dinamarquesa Maersk confirmou a interrupção temporária de toda a movimentação de contêineres de e para a Rússia, aprofundando o isolamento do país na sequência à invasão à Ucrânia, que motivou um êxodo de companhias ocidentais.
Também a suíça MSC Cargo disse em comunicado a clientes que adotou uma “parada temporária em todas as reservas de carga para a Rússia”.
As decisões elevam preocupações sobre o impacto da invasão da Ucrânia na cadeia logística mundial.
Estão excluídos das medidas da Maersk e da MSC o transporte de alimentos, produtos médicos e humanitários.
O MSC afirmou que cumprirá as entregas contratadas até o momento.
“Como a estabilidade e a segurança de nossas operações já estão sendo afetadas direta e indiretamente pelas sanções, as novas reservas da Maersk no setor marítimo e terrestre com destino e procedentes da Rússia serão suspensas de maneira temporária, com exceção dos envios de alimentos, produtos médicos e humanitários”, afirma o grupo.
Os anúncios seguem posições similares já adotadas pela Ocean Network Express, de Cingapura, e pela alemã Hapag Lloyd, efetivamente desconectando a Rússia das redes das maiores empresas de transporte marítimo internacional, o que vai trazer desafios ao frete mais adiante.
Ao longo do último ano, países de todo o mundo vêm lutando para superar gargalos na cadeia global de suprimentos causados pela retomada da demanda no pós Covid, quando medidas restritivas impactaram o transporte marítimo, atrasando entregas e fazendo o custo do frete disparar.
A Maersk detém 31% do operador de portos russos Global Ports, que gerencia seis terminais na Rússia e dois na Finlândia.