Correio Braziliense, n. 22713, 28/05/2025. Economia, p. 8

Caso de gripe aviária em Minas

Alessandra Mello, Mariana Costa

 

O governo de Minas Gerais informou, ontem, que detectou um caso de gripe aviária em aves ornamentais. O local é uma fazenda localizada em Mateus Leme, na Grande Belo Horizonte, que produz frutas exóticas. No município também fica um incubatório que produz pintinhos para granjas de frangos de corte de todo Brasil.

A Secretaria de Estado de Agricultura informou, ainda, que este não é o primeiro caso registrado em Minas. Em 2023, um pato de vida livre da espécie Cairina moschata foi diagnosticado com a doença, que costuma causar pouco ou nenhum sintoma clínico nas aves e não oferece qualquer risco para os seres humanos.

Em função do caso registrado ontem, o estado decretou situação de emergência sanitária animal em Minas. A medida, com validade de 90 dias, é necessária para as ações de prevenção, contenção e enfrentamento à doença, incluindo a eventual mobilização de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros.

Todas as medidas anunciadas pelo governo de Minas fazem parte do Plano de Contingência da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), firmado entre União, estados e setor produtivo, ainda em 2022, quando surgiu o primeiro foco da doença na América do Sul. Até o momento, segundo o Executivo local, não há qualquer comprometimento da produção avícola do estado.

“O que se está fazendo agora é a adoção de medidas preventivas para evitar que o vírus se espalhe nos criatórios comerciais.

O que o estado fará é uma barreira para que o vírus seja eliminado ali. O risco hoje é muito mais da proibição de venda de carne e ovos para outros países do que para as pessoas”, explica o veterinário e diretor do Hospital Veterinário do UniArnaldo Centro Universitário, Bruno Divino.

O especialista lembra, porém, que todos os produtos de origem animal — carnes de boi, frango, porco, peixes, além de ovos e mel — devem ser inspecionados.

“Minas tem um serviço de inspeção muito robusto, é uma referência nacional. As pessoas precisam procurar nas embalagens se o produto tem o selo do serviço de inspeção. Se tiver, é uma garantia da segurança desses alimentos”, observa.

O veterinário acrescenta que as pessoas devem evitar o consumo de alimentos que não passam por essa inspeção, além de consumir os produtos cozidos.