Alberto Salles foi destacado representante no Brasil do “positivismo ilustrado”. Forma, juntamente com Pereira Barreto (1840-1923) e Pedro Lessa (1859-1921), a “tríade da heterodoxia positivista, que defendeu mais o espírito positivista do que propriamente o positivismo e que ajudou a preparar o terreno para o desenvolvimento subseqüente dos caminhos que seguiram tanto as ciências sociais, como as ciências físicas em nosso país.” [...] Nos 14 capítulos que compõem ‘Sciencia Política’, cujos temas vão de evolução, método e objeto da ciência política, até a análise dos três poderes, passando pela discussão do conceito e evolução da noção de estado, Alberto Salles indica um novo caminho para as preocupações políticas, que evita ‘a lôbrega escuridão da metafísica universitária’, e se volta para uma visão científica dos fenômenos do poder e do governo da sociedade, com o propósito de ‘arrancar a política dos domínios do empirismo e elevá-la à dignidade da ciência’." (CARDIM, Carlos Henrique. Alberto Salles: um século de ciência política no Brasil. In: SALLES, João Alberto. Sciencia política. Ed. fac-sim. Brasília : Senado Federal, 1997. p. III-V)