A obra, uma biografia sobre Honório Hermeto Carneiro Leão, o Marquês de Paraná, apareceu primeiramente como um longo artigo no Diário do Rio de Janeiro. Foi escrita, segundo o próprio Alencar, sob o impacto da morte recente do Marquês, por isso mesmo, justifica o autor, saiu incompleta, ainda que imparcial quanto aos fatos e ao caráter do biografado. "O texto de Alencar sobre Carneiro Leão viria a público também em formato de livro, quase imediatamente após sua publicação pela imprensa. Uma plaqueta de 35 páginas, vendida como a biografia do marquês, impressa na tipografia do próprio Diário. ‘Ministro enérgico’, ‘parlamentar ilustre’ e "estadista profundo" foram alguns dos termos elogiosos com que Alencar se referiu a Carneiro Leão no opúsculo, hoje uma raridade bibliográfica. Como biógrafo, Alencar cometia seus pecados. Errou a patente do pai do biografado [...] e confessou ignorar o nome da mãe [...] Boa parte do livreto discorria sobre o Gabinete da Conciliação, arquitetado pelo marquês de Paraná em 1853, uma espécie de pacto político firmado entre as elites nacionais, que, contrariando a tradição política brasileira até ali, concordaram em acomodar no mesmo ministério, a um só tempo, liberais e conservadores." (LIRA NETO. O inimigo do rei. 1. reimpr. São Paulo : Globo, 2006. p. 154-155).