João Roberto Faria em Retrato de um Republicano Jovem, assim comenta a peça teatral: "Encarar o teatro como 'uma iniciativa de moral e civilização' e 'um meio de educação pública', para usar agora duas expressões de Machado de Assis, tornou-se uma atitude comum a toda a geração de jovens intelectuais que se agruparam em torno do Ginásio para apoiar a reforma realista. [...] Sem dúvida, em Os mineiros da desgraça, Quintino Bocaiúva desprendeu-se dos enredos das peças francesas e criou uma trama simples, porém própria, com tipos elaborados a partir da observação da vida social brasileira, conforme o testemunho dos folhetinistas. Mas nem isso impediu que todos os valores morais, todas as discussões em torno da agiotagem, da ganância, do dinheiro ganho ilicitamente fossem inspiradas no repertório francês que os brasileiros conheciam na época como leitores ou espectadores de peças como La question d'argent, de Dumas Filho, Les parisiens e L'heritage de monsieur Plumet, de Barrière, entre outras. [...] a dramaturgia de Quintino Bocaiúva e de toda a geração que se uniu em torno do Ginásio, por volta de 1860, é uma espécie de "desejo de civilização"."