Uma das obras-primas menos conhecidas de Alencar, a novela O Garatuja, escrita no esteio de grande polêmica entre a Igreja Católica e a Maçonaria, mostra como o país, no que dizia respeito a arenga entre o poder eclesiástico e o poder civil, não evoluíra em nada em duzentos anos de história (p. 334-335). Saiu publicada junto com outras duas histórias breves, A Alma do Lázaro e O Ermitão da Glória. Em 1848, com 19 anos, José de Alencar apresentava os primeiros sintomas de tuberculose. A doença obrigou-o a retornar da faculdade de Olinda para o Rio de Janeiro. Trazia na mala, o esboço de duas novelas escritas em Pernambuco, "mas que só seriam publicadas, com alguns retoques, cerca de 25 anos depois, enfeixados em um único volume, intitulado Alfarrábios. As duas histórias, [...] falavam de personagens atormentados pela solidão e apartados da vida em sociedade. [...] Se as duas histórias, com enredos tão bizarros, ainda revelavam certa dívida do aspirante a escritor em relação aos dramalhões lidos na infância, uma coisa também era evidente [...] revelam muito da personalidade de seu próprio criador." (p. 79). A publicação de Alfarrábios [...] por Alencar, era uma forma de "raspar o fundo do tacho". "Sentia-se, àquela altura [1873], pouco disposto a lançar-se em novas aventuras literárias. Nem que o quisesse, por certo o corpo não obedeceria." (p. 336) (LIRA NETO, O inimigo do rei ... . São Paulo : Globo, 2006. p. 78-79; 334-336.)