Antonio de Sampaio, frei brasileiro natural da Bahia, viveu no último quartel do século XVIII e foi qualificador do Santo Ofício, cargo para o qual eram escolhidos os homens mais eruditos. A esses qualificadores, cabia examinar os livros, para autorizar a sua leitura ou incluí-los no index de obras proibidas, além de emitir pareceres sobre crimes julgados nos tribunais eclesiásticos. Segundo Sacramento Blake, embora tenha sido exímio pregador, só se tem conhecimento da publicação desta obra. Na Oração Funebre, Antonio de Sampaio enaltece D. José I, Rei de Portugal e Algarves (1714-1777), conhecido como “O Reformador”. O elogio tem em perspectiva as notáveis reformas ocorridas durante o reinado de D. José I, promovidas pelo seu operoso Primeiro Ministro, o Marquês de Pombal. O local da homenagem a D. José I, o Convento de São Francisco, em Salvador (BA), concluído em 1752, faz parte do patrimônio histórico brasileiro e conta com belíssimos painéis holandeses, além de azulejos portugueses. Samodães 2976 dá como raríssimo.