Júlio Afrânio Peixoto nasceu em Lençóis, na Bahia, em 1876, e morreu no Rio de Janeiro, em 1947. Foi médico, político, professor, crítico literário, ensaísta, romancista, e historiador. Pertenceu à Academia Brasileira de Letras, para a qual foi eleito em 1910, e à Academia Nacional de Medicina. Sua produção literária é extensa, destacando-se a notabilidade ao abordar aspectos psicológicos dos personagens, principalmente os femininos.
Sobre a obra Rosa Mystica, comenta Dalila Machado (2000, p. 10-11): [...] publicada em 1900, é rara pelo tempo, pela escassez de exemplares, pela riqueza absoluta de suas idéias e, por uma dupla maldição: foi mal recebida pelo público e expurgada pelo próprio autor. À raridade dos seus 100 anos de existência e de seus pouquíssimos exemplares, associa-se seu banimento. De fato, a Rosa Mystica, obra-prima de Afrânio Peixoto, à época Júlio Afrânio, causou escândalo nos meios literários [...]: trata-se da história de um pai que mata sua filha, para que ela não se corrompa com o amor dos homens. Vale lembrar que, o tema do incesto começou a ser trabalhado por Freud, a partir de 1910 [...] antes da psicanálise abordar um tema tão delicado e constrangedor, como o incesto, já havia a ocorrência desse tema no discurso literário, através da Rosa Mística. Essa questão contribui para caracterizar tal obra como raríssima, pela ousadia do tema que causou seu banimento [...]." As características tipográficas da obra também a tornam especial. Em formato pequeno e utilizando cinco cores diferentes para os capítulos, foi editada em Leipizig, na Alemanha, uma vez que no Brasil não existia recurso para tal tipo de impressão em cores.