Iniciado o Diccionario Bibliographico Portuguez, amigos, apreciadores e o próprio Rei D. Pedro V empenharam-se em publicá-lo com auxílio do governo, conseguindo que a obra saísse impressa, a partir de 1858, pela Imprensa Nacional de Portugal até o volume 7 (1862), com mais dois suplementos: A-B (1867) e C-G (1870). Ao falecer Innocencio, seu testamenteiro, o jornalista Brito Aranha, obteve autorização do governo português para dar continuidade à obra, com o material reunido pelo autor e por si próprio, editando-se então até o volume 20 (1863-1911). Os volumes 21 e 22 (1914-1923) ficaram a cargo de Gomes de Brito e Álvaro Neves. Houve ainda, o complemento de Joaquim de Araújo ao volume 17 (Porto, 1901) e o de Martinho da Fonseca com o volume de Aditamentos (Coimbra, 1927). Complementam ainda a obra o Guia Bibliográfico, de Ernesto Soares, disposto comumente como volume 23 (Coimbra, 1958), e o Indice Alphabetico incompleto de E.A. Junior (Coimbra, 1869). O governo português reeditou mais de uma vez a obra, a partir da década de 1970.
O Diccionario... consiste em um inventário de tudo o que se imprimiu em língua portuguesa, dentro e fora de Portugal, e breve notícia de seus autores (dados de nascimento, morte, graduação, condecorações, qualificação literária), desde o início da imprensa até a metade do século XIX. Buscou relacionar as obras por ordem alfabética ou de importância, apontando as diversas edições, editor, data e páginação, sempre que possível. Era considerada obra incompleta pelo próprio Innocencio, e o é principalmente quanto aos títulos estrangeiros. Há alguma reconhecida dificuldade quanto a alfabetação só por nomes próprios, entrada pelo prenome, adotada pelo autor. O Guia Bibliográfico de Ernesto Soares é a chave para dirimir esta dificuldade e, importantíssimo, possui um índice para periódicos. O Indice Alphabetico dá entrada pelo último nome indicando os diversos locais em que figura o autor no corpo do dicionário, mas é considerada obra incompleta. Rubens Borba de Moraes critica e comenta o Diccionario... no Bibliófilo Aprendiz (1998, p. 119-120) e na Bibliografia Brasileira do Período Colonial (1969, p. vii-viii). Da mesma forma Anselmo na Bibliografia das Bibliografias Portuguesas (1923, p. 16-17).