“Poema épico, publicado em 1601, em Lisboa, de grande valor histórico e bibliográfico, escrita durante o cárcere do autor Bento Teixeira, em Lisboa. O poema retrata a vida e o trabalho de Jorge de Albuquerque, terceiro donatário da Capitania de Pernambuco, escrito em 94 estrofes em oitava rima. Atribui-se o mérito de ser uma das primeiras obras da literatura brasileira, uma vez que o autor estudou e fez carreira no Brasil. Segundo o bibliotecário Benjamin Franklin Ramiz Galvao (1873, p. V) é considerado "um dos primeiros documentos de nossa história literária, e mui provavelmente, que o saibamos, o primeiro trabalho poético publicado em Portugal por filho d'este nosso caro Brasil". O poema marcou o início do movimento barroco no Brasil.”--(UNIVERSIDADE..., 2013, v. 1, p. 39).
Ramiz Galvão, no prefácio da presente edição, informa que o primeiro exemplar da Prosopopea foi descoberto na Biblioteca Publica de Lisboa, por Varnhagen, em 18 de julho de 1871. A esta descoberta sucedeu-se a localização do exemplar brasileiro na Biblioteca Real, Coleção Barbosa Machado, acervo pertencente à Biblioteca Nacional. A presente edição foi elaborada a partir da de 1601, encontrada anexa à obra Naufrágio, que Passou Jorge Dalbuquerque Coelho, Capitão e Governador de Pernambuco. Lisboa : Antonio Álvares, 1601. Ocorre que o Naufragio ... indica ser sua Prosopopea uma segunda edição, porém até hoje não se conhece qualquer exemplar da dita primeira. A edição de 1873 procurou reproduzir com a maior fidelidade possível aquela de 1601, encontrando alguma diferença de tipo, mas respeitando gravuras, paginação e ortografia. Contou com a dedicação do artista alemão radicado no Brasil, Henrique Fleuiss (1824-1882). Quanto ao texto, apesar de não ser grande seu "merecimento poético", é de incontestável valor histórico e bibliográfico, pois o autor é cronologicamente o primeiro poeta brasileiro e o poema, a primeira expressão de nativismo literário brasileiro. Segundo a Enciclopédia de Literatura Brasileira (2001, v. 2, p. 1138 e 1560), a obra seria uma manifestação maneirista e escrito à imitação de Os Lusíadas. Trata-se, na verdade, de um poema laudatório, dirigido ao governador de Pernambuco, Jorge de Albuquerque Coelho, de quem o autor parece ter sido amigo pessoal.