A austríaca Ida Laura Pfeiffer nasceu em Viena, em 1797, e faleceu na mesma cidade, no ano de 1858. Foi viajante do século XIX. Iniciou a vida como dona de casa e deu aulas de piano. Em 1842, após a morte do marido, começou a percorrer o mundo, tendo efetuado cinco grandes viagens. Para proceder suas viagens, obtinha cartas de recomendação que possibilitavam sua entrada em diversos países. Como os viajantes eram mal vistos por serem comerciantes ou considerados espiões, essas cartas foram fundamentais. Um certo dia, informou à família que ia visitar a Terra Santa, mas dirigiu-se ao Egito, seguindo depois para a Islândia, Noruega e Suécia, antes de embarcar na sua primeira volta ao mundo, de 1846 a 1848, quando passou pela América do Sul, Taiti, China, Índia, Oriente Médio e Rússia. Uma segunda viagem, de 1851 a 1856, conduziria Ida Pfeiffer à África do Sul, Indonésia e América. Na sua última viagem, foi presa em Madagascar pela Rainha Ranavalona, que a acusou de espionagem. Tendo conseguido se libertar, chegou a Viena, em 1858, para morrer um mês mais tarde, vítima das febres que contraíra no seu penoso regresso. Ida Pfeiffer foi a primeira ocidental, entre homens e mulheres, a aproximar-se dos Dayaks, reputados cortadores de cabeças. Acabou sendo aceita na Sociedade de Geografia de Paris e Berlim e teve muitos de seus livros traduzidos. Nas últimas décadas, seus livros têm sido reeditados, suscitando sempre admiração.
A obra é um relato cronológico de viagens que inclui, entre outros locais, o Rio de Janeiro, Taiti, Macau, Hong Kong, partes da Índia e dos países árabes, chegando até as fronteiras da Rússia. Por onde passava, e a cada povo que visitava, Ida Pfeiffer coletava usos e costumes, características dos povos e curiosidades locais, festas religiosas, monumentos, personalidades, incursões e todo o tipo de experiência que vivenciava. Os capítulos 2, 3 e 4 são dedicados inteiramente ao Brasil.