Muitos se queixam, hoje em dia, de certa tendência à politização excessiva de certos temas e atividades. E se isso fosse um mal-entendido? E se, em vez de política demais, tivéssemos política de menos? Assumida tal hipótese, o recuo se manifesta: em países sujeitos a um alto índice de exclusão social; na disjunção entre os dois polos do processo político (os sujeitos e os destinatários do poder); na tendência a tratar problemas políticos como se fossem problemas técnicos ou burocráticos; na volta de religiões, em suas variantes fundamentalistas; como reação à globalização e ao unilateralismo node-americano, na proliferação do terrorismo; enfim, em pesquisas genéticas voltadas para um novo homem, destinado ao bem político.