Descreve a origem e a evolução da Festa de São Sebastião em Carmo do Macacoari, uma comunidade tradicional ribeirinha e negra localizada no estado do Amapá. A festa começou como uma promessa feita por Januário Paulo do Rosário, um escravizado que fugiu e se estabeleceu na região no final do século XIX. Ele prometeu a São Sebastião que organizaria uma celebração se seu cavalo fosse salvo de uma peste, o que deu origem à festividade. Com o tempo, a festa se tornou uma manifestação cultural e religiosa importante, envolvendo toda a comunidade em rituais de preparação, como a socação do café e a matança de bois, além de procissões e danças. A celebração também reflete as mudanças sociais e econômicas da comunidade, com interferências da Igreja Católica e do capitalismo, que alteraram alguns dos rituais tradicionais. No entanto, a festa ainda mantém seu papel de preservar a identidade cultural e a memória ancestral da comunidade. A obra também destaca a importância das mulheres negras na organização e perpetuação da festa, além de criticar a perda de elementos tradicionais e a falta de envolvimento das gerações mais jovens na preservação dessa herança cultural.