Discursos pronunciados na Câmara e no Senado, entre 26 de maio e 17 de junho de 1868. Na introdução Zacharias expõe os motivos que provocaram seu pedido de exoneração do cargo de presidente do Conselho e a dissolução do gabinete pelo Imperador. Pelas suas divergências com o Duque de Caxias, então no comando supremo das forças em operação no Paraguai, o Conselho de Ministros presidido por Zacharias foi derrubado, em 1868, numa cisão definitiva entre liberais e conservadores. Voto de Graças, segundo Ronaldo Vainfas, no Dicionário do Brasil Imperial, era o nome dado à réplica dos parlamentares à Fala do Trono, discurso do Imperador, proferido anualmente, nas sessões de abertura e encerramento do ano legislativo, e que proporcionava um diálogo entre os Poderes Legislativo e Executivo. Era na Fala do Trono que o governo prestava informações sobre o país e sugeria à Assembleia Geral as providências solicitadas pelo povo. Quanto ao Voto de Graças, sua elaboração consumia as primeiras sessões ordinárias do Parlamento e, em geral, cabia a uma comissão do partido situacionista elaborá-la. A oposição oferecia emendas, e a redação final era submetida à votação em Plenário. Após a aprovação da réplica, uma comissão da Câmara ia ao Paço apresentá-la ao Imperador. Nem sempre tais diálogos eram amenos.
Notas:
Blake, Augusto Victorino Alves Sacramento. Diccionario bibliographico brazileiro. Rio de Janeiro : Typ. Nacional, 1883-1902. v. 7, p. 408.