O papel da Inteligência na atualidade está diretamente relacionado ao seu grau de envolvimento com as instituições democráticas. Todo o legado histórico da Inteligência no Brasil pesa fortemente sobre os ombros da organização que dirige e coordena a atividade – a ABIN. A herança recebida do antigo SNI estigmatizou-a de uma forma quase indelével. Cabe, então, à própria ABIN buscar os meios de se desvincular dessa imagem negativa que a sociedade tem dela. È tarefa árdua, difícil, já que todos os dias os meios de comunicação reprisam cenas de mortes e torturas, atribuídas ao antigo aparelho de repressão da ditadura militar, com forte apelo sobre a opinião pública. O problema da atividade de Inteligência configura-se então como um problema de natureza ética. Como ajustar esse conceito ético para que a atividade possa ter o seu código de conduta, como qualquer outra classe de trabalhadores tem? Outra questão é a confusão que se faz entre Inteligência e Investigação Criminal. Algumas vezes de forma intencional, para suavizar o impacto do estigma da atividade, mostrando-a como de utilidade pública. Por fim, como estariam agindo os vários serviços de Inteligência hoje, já que há tanta cobrança e preconceito? Qual seria o papel da Inteligência dentro deste quadro social que se apresenta? Como ela poderia estruturar-se para tornar-se um baluarte do Estado Democrático de Direito!
Notas:
Trabalho final (especialização) -- Curso de Inteligência Estrategica, Faculdade Albert Einstein (FALBE), 2004