O relatório reapresenta o cenário base de projeções para o déficit e a dívida pública. A ajuda financeira aos estados e municípios, o recálculo da despesa com o benefício emergencial a vulneráveis e as hipóteses adotadas para os diferimentos de tributos aumentaram a estimativa de déficit primário do governo central, de R$ 514,6 bilhões para R$ 671,8 bilhões. O déficit do setor público consolidado atingirá R$ 706,4 bilhões ou 9,6% do PIB. Assim, a dívida bruta encerrará o ano em 86,6% do PIB, frente à projeção apresentada em abril, de 84,9% do PIB. As vendas de reservas colaborarão com redução de 3,4 p.p. do PIB, neste ano. O nível de 100% do PIB ser atingido em 2026, e não mais em 2030. A situação dos principais setores da economia indica que a queda do PIB no segundo trimestre poderá atingir 10%. Os índices de confiança da indústria e do consumidor estão em níveis historicamente baixos e a ociosidade é elevada, o que explica os patamares contidos de inflação e a direção expansionista da política monetária, com queda da Selic. Ainda, as avaliações apresentadas sugerem um aumento do risco fiscal, dado pela necessidade de financiar um déficit nominal de 13,8% do PIB. Nesse sentido, é importante evitar a aprovação de medidas que produzam despesas para o período pós-crise. O transbordamento dos efeitos fiscais tornaria ainda mais penosa a gestão da economia e das contas públicas a partir do ano de 2021.