O RAF de junho atualizou as projeções de curto e médio prazo para as variáveis macroeconômicas. Comparado ao cenário de 2024 e 2025 apresentado em maio, destacam-se revisões na inflação e na taxa Selic, refletindo um contexto de resiliência na atividade econômica e mercado de trabalho, mas também desafios na condução da política fiscal e condições financeiras globais mais restritivas. As medidas de arrecadação pretendidas pelo Executivo têm gerado efeito sobre as receitas primárias. Por essa razão, a IFI atualizou as estimativas para algumas dessas fontes de receita neste ano e nos próximos. As novas projeções de curto prazo indicam que as metas de resultado primário não serão atingidas, mesmo com o contingenciamento de despesas primárias realizado de acordo com as regras fiscais vigentes. Ainda assim, existem incertezas acerca do valor mínimo de despesas discricionárias que devem ser contingenciadas, em função do conflito entre as legislações sobre o tema. A partir das novas projeções para o resultado primário do governo central e do setor público consolidado, a trajetória esperada pela IFI para a dívida bruta no médio prazo é de elevação em todo o horizonte de projeção (2024 a 2034), no cenário base.