O presente trabalho analisa criticamente a racionalidade legislativa na criação
da Lei nº 13.964/2019, conhecida como "Pacote Anticrime", com especial ênfase
na implementação do juiz de garantias. A pesquisa parte do diagnóstico de uma
crise normativa no direito penal brasileiro, caracterizada pela produção de leis
com pouca fundamentação empírica e excessiva influência de pressões
populares, interesses políticos e da mídia. Adotando uma metodologia qualitativa
e documental, o estudo desenvolve um referencial teórico baseado nos cinco
níveis de racionalidade legislativa — linguístico, jurídico-formal, pragmático,
teleológico e ético — propostos por Manuel Atienza e José Luis Díez Ripollés.
Analisa-se o processo legislativo envolvendo os Projetos de Lei nº 10.372/2018
e nº 882/2019, bem como a atuação do Supremo Tribunal Federal nas ações
diretas de inconstitucionalidade relativas à matéria. Os resultados evidenciam
que falhas nas fases iniciais do processo legislativo comprometeram a clareza,
a coerência e a efetividade do texto normativo, gerando insegurança jurídica.
Conclui-se que a avaliação crítica da racionalidade legislativa é essencial para o
aprimoramento das leis penais, contribuindo para o fortalecimento do Estado
Democrático de Direito, a promoção da segurança jurídica e a conformidade das
normas com os princípios constitucionais.
Notas:
Inclui resumo em português e inglês.
Monografia apresentada ao Instituto
Legislativo Brasileiro – ILB como prérequisito
para a obtenção de
certificado de conclusão de Curso de
Pós-Graduação Lato Sensu Poder
Legislativo e Direito Parlamentar -
2023 a 2025.
Banca Examinadora: Profa. Dra. Roberta Simões Nascimento, Prof. Me. Clay Souza e Teles.