A tributação sobre lucros e dividendos tem sido um tema central nos debates sobre justiça fiscal
no Brasil. Desde a promulgação da Lei nº 9.249/1995, os dividendos distribuídos a acionistas
estão isentos de imposto de renda. Essa isenção tem gerado discussões sobre sua
constitucionalidade, especialmente à luz dos princípios da isonomia, da capacidade
contributiva, da progressividade tributária e da universalidade, consagrados na Constituição
Federal de 1988. O presente estudo analisa a compatibilidade dessa isenção com o ordenamento
jurídico brasileiro e investiga seus impactos econômicos e sociais, incluindo a concentração de
renda e a regressividade do sistema tributário nacional. A pesquisa também realiza uma análise
comparativa com modelos de tributação adotados por países da Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e os Estados Unidos. Além disso, são examinadas as
recentes propostas legislativas em tramitação no Congresso Nacional que visam reverter essa
isenção e promover um modelo tributário mais equitativo. Os resultados apontam que a isenção
da tributação dos lucros e dividendos para pessoa física é inconstitucional, a luz dos princípios
tributários constitucionais. Constata-se também que a tributação poderia contribuir para uma
maior progressividade fiscal e para a redução das desigualdades sociais no Brasil, alinhando o
País às melhores práticas internacionais.
Notas:
Inclui resumo em português e inglês.
Artigo científico apresentado ao Instituto Legislativo Brasileiro – ILB como pré-requisito para a obtenção de certificado de conclusão de Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Poder Legislativo e Direito Parlamentar.
Banca Examinadora: Prof. Me. Vinícius Amaral, Profa. Ma. Kamila Rodrigues Rosenda Torri